A estrada real significa a via direta, a via reta. Está em oposição aos caminhos tortuosos.
Essa expressão frequentemente usada no mundo antigo também se aplica à ascensão da alma. Empregado em Números, o termo possui um sentido histórico e simbólico para os seus intérpretes.
Os filhos de Israel enviam um embaixador a Schar, rei de Armor, pedindo permissão para atravessar as suas terras a fim de alcançar a Terra prometida. Prometem não se afastar pelos campos e vinhas; não beberão a água do poço, andarão pela estrada real até que as terras estrangeiras sejam deixadas para trás.
A estrada real é, portanto, considerada uma estrada direta, desprovida de qualquer possibilidade de desvio que provoque um atraso. A estrada real ainda será interpretada como o caminho que leva à capital do reino, o lugar onde reside o rei.
Fílon de Alexandria escreve: Entremos na estrada real, nós que achamos que é preciso abandonar as coisas da terra, nessa estrada real da qual nenhum homem é senhor, somente aquele que é verdadeiramente rei... Aquele que viajar pela estrada real não sentirá fadiga até o seu encontro com o rei.
Assim, ela vai simbolicamente à Jerusalém celeste, designa o Cristo que, de acordo com as suas próprias palavras, declara: eu sou o caminho (João, 14, 6); eu sou rei (João, 19, 21); eu sou o caminho, a verdade e a vida.
Esse termo passará para a Idade Média e o séc. XII através de Orígenes e de Cassiano; será aplicado à vida monástica enquanto vida contemplativa estritamente ordenada para Deus.
Em seu tratado sobre o amor de Deus, Bernardo de Clairvaux faz alusáo à via régia; esta evita os desvios, os circuitos, os atalhos, ou seja, tudo o que pode dissipar a alma e reter a atençáo. Unificado, o monge só se prende a Deus.
A estrada real no Brasil e o símbolo da riqueza do Rei de Portugal
No Brasil Colónia a construção dessas estradas foi especialmente intensa e relacionada com a atividade de mineração. O património histórico-cultural que representam é defendido pelo Projeto Estrada Real. O nome "Estrada Real" refere-se a qualquer via terrestre que, à época do Brasil Colônia, era percorrida no processo de povoamento e exploração econômica de seus recursos, em articulação com o mercado internacional.
A estrada Real no século XXI
A Estrada Real é a maior rota turística do país. São mais de 1.630 quilômetros de extensão, passando por Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Hoje, ela resgata as tradições do percurso valorizando a identidade e as belezas da região.
O Projeto Estrada Real foi formulado em 2001 pelo Instituto Estrada Real, uma sociedade civil sem fins lucrativos, criada pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) com a finalidade de valorizar o patrimônio histórico-cultural, estimular o turismo, a preservação e revitalização dos entornos das antigas Estradas Reais.
Passaporte Estrada Real
Distribuído gratuitamente nos postos de atendimento ao turista, pousadas ou outros locais, o passaporte Estrada Real é um registro que o viajante pode fazer de cada uma das cidades da Estrada Real visitadas. A cada cidade é recebido um carimbo no passaporte, a cada caminho concluído um certificado é emitido, sendo que ao final dos quatro caminhos é recebido um certificado de conhecedor da Estrada Real.
Caminhos da Estrada Real:
Caminho dos Diamantes
O caminho tinha a intenção de conectar a sede da Capitania, Ouro Preto, à principal cidade de exploração de diamantes, Diamantina.
Caminho Novo
Criado para servir como um caminho mais seguro ao porto do Rio de Janeiro, principalmente porque as cargas estavam sujeitas a ataques piratas na rota marítima entre Paraty e Rio.
Caminho Velho
Também chamado de Caminho do Ouro, foi o primeiro trajeto determinado pela Coroa Portuguesa e liga Ouro Preto a Paraty.
Caminho do Sabarabuçu
Distrito de Ouro Preto, o lugar é cercado por esplêndidas paisagens de montanha e lendas que permeiam o imaginário popular.
Mapa turístico da Estrada Real:
Link oficial para conhecer o roteiro turístico da Estrada Real
Caminho Velho: ligando Paraty, no litoral do Rio de Janeiro, a Ouro Preto, nas Minas Gerais, passando por Cunha, São João del-Rei e Tiradentes;
Caminho Novo: ligando o porto e cidade do Rio de Janeiro a Ouro Preto, passando pela região das atuais Petrópolis, Juiz de Fora e Barbacena;
Caminho dos Diamantes: ligando Ouro Preto a Diamantina, também nas Minas Gerais;
Caminho do Sabarabuçu: ligando Catas Altas a Glaura (distrito de Ouro Preto); esse caminho, identificado recentemente, constituir-se-ia numa extensão do Caminho Velho, que assim passava a atingir as vilas de Sabará e Caeté. Esta variante tinha como referência o rio das Velhas e a serra da Piedade, no alto de Caeté.
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Fonte: Livro Dicionário dos Símbolos, por Jean Chevalier e Alain Gheerbrant, editora J.O.