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torre simbologia historica

A construção de uma torre evoca imediatamente Babel, a porta do Céu, cujo objetivo era o de restabelecer por um artifício o eixo primordial rompido e por ele elevar-se até a morada dos Deuses.

O simbolismo é universal: a Torre de Babel era um zigurate babilônico; os prasat das arquiteturas khmer e chamã são substitutos do monte Meru; os andares decrescentes da torre a seu cume evocam efetivamente a montanha.

Diz-se que a Torre de Babel prolongou-se solo adentro. Também é esse o caso de Meru e, ao menos simbolicamente, das torres que o representam.

Têm uma parte subterrânea marcada por uma blocagem ou um profundo poço central. Unem, assim, os três mundos: Céu, Terra e mundo subterrâneo.

 

torre de babel simbolo

 

Na China, a Torre das felizes influências (ling-tai), construída por Wen-wang, servia, dizem, para a observação do Céu. Mas, como o próprio nome indica, servia sobretudo para receber suas influências.

Era, aliás, o centro de uma espécie de Paraíso terrestre onde os animais viviam em liberdade. Portanto, não será necessário insistir no seu papel axial.

Cheu-sin também construiu sua Torre de Babel, e no seu topo — ou no de uma outra parecida — foi instalado o além do Céu, sobre o qual Cheu-si atirou flechas e do qual obteve uma chuva de sangue.

A Torre de Babel foi construída com tijolo cozido e betume, como muitas torres da Mesopotâmia (zigurates). Uma foi descoberta em Ur, a cidade natal de Abraão, construída séculos antes da partida do patriarca para a Palestina.

O zigurate é uma torre com andares, encimada por um templo, para que seu topo seja semelhante ao Céu e à morada de Deus.

Em acadiano, Babel significa porta de Deus. Essas torres que dominavam as cidades babilônias eram sinais de politeísmo, devendo ser condenadas pelo monoteísmo hebraico. Essa tradição de um edifício sagrado elevado em direção ao Céu, que procedia, talvez, da origem do desejo de aproximar-se do poder divino e de canalizá-lo para a Terra, perverteu-se na revelação bíblica: a Torre de Babel tornou-se a obra do orgulho humano, a tentativa do homem que pretende subir à altura da divindade e, sobre o plano coletivo, da cidade que se levanta contra Deus.

Foi por essa razão que Jeová dispersou seus edificadores: todo o mundo servia-se de uma mesma língua e das mesmas palavras. Quando os homens deslocavam-se para o Oriente, encontraram uma planície no país de Senaar, e aí se estabeleceram. Disseram um ao outro: Vamos! Vamos fazer tijolos e cozinhá-los no fogo! O tijolo serviu-lhes de pedra, e o betume, de argamassa. Disseram: Vamos! Vamos construir uma cidade e uma torre cujo topo penetre no Céu! Vamos fundar um nome e não nos dispersemos por toda a Terra! Jeová então desceu para ver a cidade e a torre que os homens haviam construído. E disse: "Vejo que todos formam um único povo e falam uma só língua, e tal é o princípio das suas empreitadas! Nenhum desejo agora será para eles irrealizável. Vamos! Vamos descer e confundir sua linguagem, para que eles não mais se compreendam uns aos outros. Jeová, de lá, os dispersou sobre a superfície da Terra e os homens pararam de construir a cidade. Por isso foi chamada de Babel, pois foi onde Jeová confundiu a linguagem de todos os habitantes da Terra e foi de onde os dispersou por toda a superfície da Terra" (Gênesis, 11, 1-9).

Símbolo de acordo orgulhoso e tirânico, ao mesmo tempo de confusão, dispersão e de catástrofe, tal é o sentido da Torre de Babel. Na tradição cristã, inspirada nas construções militares e feudais, eriçadas de torres, atalaias e torreões, a torre tornou-se símbolo de vigilância e ascensão.

O símbolo da torre que encontramos nas litanias da Virgem (turris Davidica, turris eburnea) — e não esqueçamos que os termos Vir-gem e Igreja estão associados — envolve um símbolo bastante preciso.

As torres, na Idade Média, podiam servir para espreitar eventuais inimigos, mas tinham ainda um sentido de escada: relações entre Céu e Terra, que recordavam por degraus. Cada degrau da escada, cada andar da torre marcava uma etapa na ascensão.

Até mesmo a Torre de Babel — onde Deus confundiu a linguagem dos homens — quis tocar o Céu. Reencontramos esse tema em um afresco de Saint-Savin, em que vemos companheiros caminharem em ritmo de dança, apesar dos pesados blocos de pedra que carregam sobre os ombros.

Fixada em um centro (centro do mundo), a torre é um mito ascensional e, como o campanário, traduz uma energia solar geradora transmitida à Terra.

Foi em uma torre de bronze onde se encontrava aprisionada, que Dânae recebeu a chuva de ouro fecundante de Zeus.

O atanor dos alquimistas assume a forma de uma torre para significar que as transmutações procuradas nas suas operações encaminham-se todas no sentido de uma elevação: do chumbo ao ouro, e, no sentido simbólico, do peso carnal à pura espiritualização.

De acordo com Aelred de Rievaulx, a ordem cisterciense é comparável a uma cidade fortificada, cercada de muros e torres que protegem das surpresas do inimigo. A pobreza forma muros, o silêncio, uma torre, que eleva a alma até Deus.

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As duas torres como a encarnação do mal

Por que o segundo filme da trologia O senhor dos anéis tem o nome As Duas Torres?

O título As Duas Torres refere-se a torre Barad-dûr e outra torre Orthanc, sendo a primeira torre a fortaleza de Sauron em Mordor e a segunda torre na cidadela de Saruman em Isengard.

Essas duas torres podem ser vistas como uma encarnação física das duas visões do mal que o autor J.R.R. Tolkien explora na trilogia de O Senhor dos Anéis.

 

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Em 2001, duas torres destruídas em Nova Iorque

Os atentados de 11 de setembro de 2001 foram uma continuação da guerra conclamada por Bin Laden e a Al-Qaeda nos anos 1990, iniciada com os atentados no Quênia e na Tanzânia. Foram também uma forma de atingir os Estados Unidos diretamente e em alvos estratégicos, tanto no campo econômico como político.

As torres gêmeas do World Trade Center simbolizavam a força do capitalismo americano, enquanto o Pentágono e o Capitólio simbolizavam, respectivamente, o poder militar e o poder político da maior potência do planeta.

As 2 torres do World Trade Center em Nova Iorque mediam mais de 415 metros de altura cada uma, e demoraram quase 4 anos para serem construídas.

Após a destruição das duas torres em 2001, uma nova torre chamada de One World Trade Center foi construída e inaugurada em 2014. A nova torre possui 541 metros de altura, portanto 126 metros mais alta que as outras duas torres destruídas em 2001.

A nova torre construída às vezes é chamada de Torre da Liberdade (Freedom Tower). 

A altura da nova torre é um símbolo

Quando observado do nível da rua próximo à torre, o One World Trade Center parece ascender ao céu como se fosse uma pirâmide. Mas essa não é a simbologia de destaque da nova torre.

O último andar do One World Trade Center fica a 417 metros acima do nível do solo, isso é idêntico à altura do topo do telhado do One World Trade Center original.

A nova torre (somando a altura da sua antena) se eleva a uma altura de 1.776 pés (que são 541 metros), e essa medida em pés foi propositalmente projetada para simbolizar o ano de 1776, ano da assinatura da Declaração de Independência dos Estados Unidos.

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A torre no jogo de xadrez

Até o século XV a torre era a peça de maior poder de ataque no antigo jogo de xadrez. Após a assimilação do jogo de xadrez pelos europeus, foi inventada a peça Dama (antigamente conhecida como rainha) e a dama passou a ser a peça de maior poder ofensivo.

Porém, a torre manteve seu simbolismo de força e lealdade ao rei no jogo do xadrez. Foi incorporada uma nova regra chamada de roque, que somente é possível de ser executada entre o rei e a torre, num movimento único em que as duas peças trocam de lugar com o objetivo estratégico de proteger o rei na sua posição do jogo.

 

A torre, símbolo de segurança e solidez

Como símbolo de segurança e solidez, a torre já foi usada como símbolo nos desenhos de logotipos de várias marcas de corretoras de seguros e seguradoras.

 

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Fonte: Livro Dicionário dos Símbolos, por Jean Chevalier e Alain Gheerbrant, editora J.O.


Página atualizada na Agência EVEF em 26/08/2024 por Everton Ferretti