Nos finais dos anos 1950, Eduard Hoffmann, diretor da Haas Type Foundry na Suíça, decidiu que a fundição precisava de uma nova fonte de tipo de letra sans-serif em seu portfólio para competir com a fonte de texto Akzidenz-Grotesk, uma favorita entre os designers gráficos suíços na época. Um freelancer, Max Miedinger, foi contratado para projetá-la.
Originalmente lançada para composição manual como Neue Haas Grotesk em 1957, a nova fonte de Miedinger não era muito diferente da Akzidenz, mas mais limpa e refinada. Helvetica adquiriu seu nome em 1960, quando a Stempel a adaptou para a composição da Linotype.
É uma fonte sans-serif arredondada com uma grande altura-x e traços que terminam consistentemente horizontal ou verticalmente, dando uma aparência particularmente robusta e autoconfiante aos caracteres individuais em comparação com sans-serifs anteriores que seguem uma linha mais natural, como a Akzidenz-Grotesk. O designer Mike Parker, que esteve envolvido na produção da Helvetica na Stempel, refletiu sobre suas qualidades formais em 2007: "É tão firme. Não é uma letra que é dobrada para dar forma. É uma letra que vive em uma poderosa matriz de espaço circundante. É brilhante e bem feita".
Helvetica é uma fonte construída para eficiência, deliberadamente despojada de características notáveis. Há poucas excentricidades em suas formas de letras e nenhum recurso que possa se conectar a pontos de referência históricos óbvios. Como resultado, Helvetica rapidamente se tornou a fonte de escolha para muitos designers modernos. Ela ressoou com os ideais do pós-guerra de clareza, precisão e objetividade que mais tarde ficaram conhecidos como Estilo Suíço ou Estilo Tipográfico Internacional.
Ao longo de três décadas, a família Helvetica foi expandida com novas espessuras, larguras e variantes. Em 1983, para controlar seu crescimento desenfreado, a Helvetica foi atualizada pela Linotype e renomeada Neue Helvetica, um sistema com um grande número de variações dentro de uma estrutura organizacional coesa.
Helvetica tornou-se um nome familiar nos anos 1980, incluída em sistemas de computador desde o surgimento da editoração eletrônica. Hoje, ela está em toda parte. É provavelmente a fonte mais amplamente usada de todos os tempos e foi copiada infinitamente. Helvetica se tornou tão familiar - não apenas para designers, mas para quase todos - que mal é notada.
Servir como veículo de comunicação dessa forma pode ser visto como o maior feito possível para uma fonte. Mas para alguns dentro da profissão de design, a ubiquidade global da Helvetica implica em uma homogeneidade monótona e falta de discernimento. Como Erik Spiekermann, um de seus críticos mais vociferantes, comentou: "Você precisa respirar, então precisa usar Helvetica."
Abaixo a imagem da variação da Helvetica Light:
Fonte desse artigo:
Trecho do livro The Visual History of Type, escrito por Paul McNeil - Editora Laurence King Publishing - Londres - Reino Unido
Tradução do texto realizado pelo ChatGPT
Exemplos de uso da fonte de texto do tipo Helvetica
A criação do logotipo da empresa de aviação Lufthansa começou com a palavra “Lufthansa” como a conhecemos atualmente, usando a fonte de texto Helvetica Bold (em negrito), com espaçamento reduzido e o horizonte característico dos detalhes ascendentes.
A Panasonic é líder mundial nas áreas de desenvolvimento e fabricação de produtos eletrônicos e baterias, e atende a uma ampla faixa de consumidores, empresas e indústrias. Seu logotipo foi criado com a fonte Helvética Bold (negrito).
A marca alemã BLAUPUNKT desenvolve os mais avançados rádios, localizadores por satélite (GPS) e sistemas de som para oferecer benefícios reais em termos de conforto e prazer ao dirigir. Seu logotipo utiliza a fonte de texto Helvetica no formato itálico negrito (inclinado).
O logotipo da Nestlé usa uma variação do tipo de letra Helvetica, o acento agudo sobre a segunda letra é exibe um sutil destaque das outras letras que usam a fonte Helvetica.
A marca Nars Cosmetics foi fundada em 1994 pelo maquiador e fotógrafo François Nars, e o desenho do seu logotipo usa a fonte Helvetica Light (letras mais finas).
Quer saber mais sobre fontes e tipos de texto?
Visite o artigo que apresenta a resenha e introdução do livro The Visual History of Type, por Paul McNeil
O livro analisado acima The Visual History of Type (escrito por Paul McNeil), foi publicado pela Editora Laurence King Publishing (sediada em Londres, capital do Reino Unido). Essa editora é famosa pelas publicações que abordam temas como design gráfico, tipologia e simbologia.
Em outro livro publicado pela mesma editora, o livro LOGOTYPE do autor Michael Evamy, exibide mais de 1.300 logotipos de empresas que não acompanham símbolo nenhum, dando total destaque para o tipo (fonte) do texto usado em sua identidade visual.
Só para citar alguns exemplos dos logotipos analisados no livro Logotype, temos o desenho do logotipo do Google, da Sony, Greenpeace, Samsung e Disney. É muito curioso analisarmos o quanto a identidade visual de uma empresa pode ser tão eficiente sem usar um símbolo adicional, e isso em pleno século 21. É sim possível despertar a atenção no tipo (fonte) de letra utilizado na construção da identidade visual de uma marca. No livro Logotype, chegaremos à conclusão que altos investimentos em propaganda e publicidade são capazes de criar significado valioso para os seus públicos-alvo, com ou sem a utilização de um símbolo.
Alguns trechos de capítulos do livro Logotype:
Logotipos sem símbolos e com todo o texto em minúsculo
Logotipos sem símbolos e com todo o texto em MAIÚSCULO (CAIXA ALTA)
Logotipos sem símbolos e com iniciais em Maiúsculo
Logotipos sem símbolos e com todo o texto serifado em MAIÚSCULO
Logotipos sem símbolos e com fonte serifada e iniciais em Maiúsculo